Fetichistas do agrotóxico: governo Bolsonaro liberou mais de um veneno por dia

12/04/2019
  • Español
  • English
  • Français
  • Deutsch
  • Português
  • Opinión
agro-toxicos.jpg
Ilustra: Robert Crumb
-A +A

Nos 100 primeiros dias do governo Jair Bolsonaro já foram liberados 121 novos agrotóxicos, mais de um veneno por dia. Neste ritmo, o Brasil se consolidará cada vez mais como líder mundial no consumo de agrotóxicos, posto que ocupa desde 2008, de acordo com a Associação Brasileira de Saúde Coletiva.

 

Entre os agrotóxicos que agora podem ser utilizados, 40% são classificados como extremamente ou altamente perigosos para a saúde humana. Em relação ao meio-ambiente, 56% são muito perigosos. Uma das novas substâncias é o sulfoxaflor, proibido nos EUA por causar a morte de insetos, em especial das abelhas.

 

Outra substância liberada pelos fetichistas do agrotóxico é o Topatudo, uma variação do glifosato, cujo fabricante, a Monsanto-Bayer, sofreu mais um revés nas cortes internacionais: um tribunal de São Francisco decidiu que a substância foi um “fator importante” para o linfoma não Hodgkin (LNH) que vitima Edwin Hardeman, de 70 anos. A empresa foi condenada a pagar 80 milhões de dólares de indenização. Em direção oposta, a brasileira Anvisa concluiu, em fevereiro, que não há evidências de que o glifosato faça mal à saúde.

 

Dos produtos liberados pelo governo Bolsonaro, um é considerado extremamente tóxico, o Metomil, ingrediente ativo usado em agrotóxicos indicados para culturas como algodão, batata, soja, couve e milho. Além dele, quatro foram classificados como altamente tóxicos. Quase todos são perigosos para o meio ambiente, segundo a classificação oficial. Quatorze são “muito perigosos” ao meio ambiente, e 12, considerados “perigosos”.

 

Nesta terça-feira, em audiência pública na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, conhecida como “musa dos agrotóxicos”, chamou os venenos de “remédio das plantas” e culpou os agricultores por eventuais doenças que venham a ter porque não aplicariam os produtos devidamente, e ingerem o produto porque “fumam” ao aplicá-lo.

 

“Os pequenos produtores não têm essa capacitação feita para que eles tenham o cuidado e apliquem com roupas apropriadas, equipamentos apropriados, façam lavagem do equipamento e não fumem. Às vezes o sujeito fuma aplicando, e no cigarro ele acaba ingerindo o produto químico que ele está utilizando na aplicação do solo”, disse a ministra. Na mesma audiência, Tereza Cristina sustentou que o brasileiro não passa fome porque tem muitos pés de manga nas cidades.

 

Durante o último ano do governo Temer, a aprovação de agrotóxicos bateu recordes: foram 450 substâncias liberadas, meta que Bolsonaro deve superar até o final do ano.

 

11 de abril de 2019

 

Da Redação, com informações do Brasil de Fato e do Repórter Brasil

 

 

http://www.socialistamorena.com.br/fetichistas-do-agrotoxico-governo-bolsonaro-liberou-mais-de-um-veneno-por-dia/

 

 

https://www.alainet.org/pt/articulo/199280?language=es
Subscrever America Latina en Movimiento - RSS