Retroescravismo e “Desenvolvimentismo neoliberal”

12/11/2019
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(2° Parte do ensaio político-filosófico: O Bolsonarismo é um subhumanismo) 1

 

V Retroescravismo

 

A práxis posta pelo curso da transitória intervenção subhumanista no campo da memória, do imaginário e do sentido, na medida em que as alquimiza em atualidade mítica, ultrapassa a circunscrição desses âmbitos, ampliando-se para além daquilo que antes aparentemente parecia ser tão somente um revisar do passado. A compreensão da atuação irrestrita da intervenção bolsonarista na vida cotidiana permite observar a realização de um movimento transespacial que vai do político-cultural ao econômico, e do econômico ao político-cultural.

 

É mediante a apreciação da dinâmica regressivo-progressiva entre esses espaços inerentemente imbricados da atividade humana que se torna possível apreender – quando realizamos uma contemplação ativa das tarefas neoliberais assumidas pelo subhumanismo brasileiro – o fenômeno do retroescravismo2, o qual exige, para a sua compreensão, que se considerem dois aspectos centrais de sua manifestação, a saber: primeiro, uma determinada forma discursiva; segundo, uma particularidade da processualidade histórica de nossa sociedade.

 

No que se refere ao primeiro aspecto do conceito, o retroescravismo pode ser entendido como uma lógica estético-discursiva que oculta em seu interior tanto as formas de trabalho que não são apenas análogas à condição de escravidão, mas aquelas que se caracterizam por um nível cada vez mais profundo de precarização do trabalho em seus aspectos jurídicos e físicos (relativos e absolutos3).

 

De fato, o entendimento de um ocultamento no seio do conceito de retroescravismo é a identificação precisa de uma de suas funções – coisa que pode ser apreciada no discurso subhumanista em nossas latitudes. Na defesa de “modernização”, da “liberdade” e do “progresso” que atravessam os projetos de reformas – palavra essa, desde Temer a Bolsonaro, propagada ideologicamente com uma conotação de ente-genérico-positivo para todos os indivíduos –, está o esfacelamento das barreiras constituídas dos limites emancipatórios do politicismo economicista da bürgeliche Gesellschaft, que até então estiveram plasmadas pelas conquistas das individualidades sociais figuradas pelo citoyen. Os argumentos usados para a aprovação da “nova reforma trabalhista”, assim como para a defesa da MP da Liberdade Econômica, ocultam o real caráter das perdas de conquistas importantes no plano trabalhista por meio de um discurso que se exterioriza mediante a propagação de uma oposição entre “modernização”/“liberalização” versus “atraso”.

 

Neste sentido, à medida que a retórica retroescravista realiza o mencionado ocultamento, ela promove uma inversão da ordem das coisas – e nisso, nesse inverter, reside outra função dela no plano do discurso: a legalidade do aprofundamento da degradante precarização do trabalho é apresentada como modernizante e libertadora. Invertendo os fatos, busca-se ocultar estético-discursivamente a objetividade da intensificação das violências, humilhações, opressões e explorações a que a vida cotidiana do trabalho é (e será mais) submetida diariamente.

 

Em síntese, a lógica estético-discursiva do retroescravismo almeja criar um novo sentido para a memória histórica que temos das formas de trabalho que marcaram nossa sociedade, desde a escravidão até hoje. Propagando a oposição “atraso” versus “progresso neoliberal”, o que de fato se quer é gerar o consensode que a degradação do trabalho é sua solução libertadora.

 

Exposto o aspecto que envolve o campo do discurso do fenômeno retroescravista, é necessário, pois, assinalar o fato de que o retroescravismo remete a uma atmosfera no interior da sociedade brasileira que não foi rompida no dia 13 de maio, e no interior da qual o navio negreiro atravessa nossa história navegando em círculos até hoje, conduzindo-nos “infinitamente” ao mesmo lugar.

 

Essa condição de eterno retorno é um dos reflexos que o segundo aspecto do retroescravismo4 gera. Quando aqui apresentamos esse conceito identificado pela prefixação retro, temos o intuito de demarcar a própria dinâmica histórica das pretensas formas de trabalho politicamente emancipadas post-abolição, já que é nesta face do fenômeno (conceito) que o discurso estético-político-estratégico se assenta.5 Com isso queremos dizer que, desde aquele ano de 1888, a dinâmica da exploração da energia criadora da atividade sensível, moldada enquanto “trabalho assalariado”, condiciona a ferro, fogo e sangue a prática de uma profunda precarização da vida cotidiana da classe trabalhadora (em atividade ou não). Essa exploração vem se desenvolvendo, secularmente, sob o signo das reminiscências político-morais de não apenas não conhecer limites para a extração de mais-valor, mas também de ignorar limites quanto ao uso recorrente da violência, da humilhação e do abuso.

 

Não por coincidência, hoje as classes dominantes se voltam, por meio de uma ofensiva estético-discursiva, à vida cotidiana do trabalho com o objetivo de impor uma restruturação das atividades trabalhistas que a permeiam, seja na “esfera” pública ou na esfera privada. Contudo, isso não deve ser apresentado de modo desconectado do nosso passado escravista e da transição para as formas majoritariamente precárias de trabalho pós-abolição. Assim, o dispositivo da estética discursiva do retroescravismo, expressado na frase “menos direito e [mais] emprego”6, poderia ser apenas interpretado como uma preocupação sentimental com a condição atual da classe trabalhadora (ocupada ou não), ocultando o fato observável de que o que está em jogo é o aprofundamento de formas precarizadas de trabalho e, por conseguinte, uma criação de consenso e aceitação de atividades retroescravistas, tendo nas formas de trabalho pré (“totalmente engessada” 7) CLT a solução ao desemprego.

 

VI “Desenvolvimentismo neoliberal” e conservadorismo subhumanista

 

Um renomado estudioso alemão sobre a América Latina escreveu que o estabelecimento do poder político por parte de uma aristocracia monetária já não se assemelharia a uma questão ideológica, isso porque a potência econômica de frações da classe dominante teria alcançado – ao modo de nossa interpretação – uma pretensa condição ontológica que se basearia “na lei quase natural da natureza humana entendida como homo economicus8. Em outras palavras, a realidade deslumbrante da economia neoliberal de mercado teria atingido seu ápice e não mais deveria ser questionada, sendo possível apenas aperfeiçoá-la.

 

A frase de que não há alternativa9 à realidade ontológica da atual processualidade econômica consagrou-se no imaginário europeu pós-crise de 2007-2008, sendo estendida para todo o mundo ocidental. Para essa crise, a saída keynesiana não se encontrava na agenda –salvo engano, para resgatar o sistema financeiro. A solução dada pelas classes dominantes foi desde o início, e tão somente, uma: austeridade, austeridade e austeridade. Essa a alternativa almejada pelos donos do poder.

 

Em um imaginário moldado por não alternativas que não as da realidade presente, um fenômeno se gestou nos últimos anos, a propor o seguinte: alternativas podem existir até mesmo no interior da economia neoliberal de mercado; elas não necessariamente devem ser de ruptura com o sistema do capital.10

 

Aquelas primeiras intervenções de contenção da crise econômica da última década fracassaram politicamente em torno de um consenso almejado, a saber, o de impor desde cima – pelas classes dominantes, a partir das estruturas de representatividades democrático-burguesas – uma aceitação do novo nível de precarização da vida cotidiana. Neste cenário onde os projetos abertamente troikanos11 tornaram-se hegemônicos em face daqueles de cunho à la grega, à la espanhola e à la lulopetismo – estes últimos se mostraram ser menos alternativas do que projetos fracassados –, gestou-se, em escala global, o fenômeno que chamamos de subhumanismo.

 

Para o presente ensaio em questão resta-nos falar da relação entre neoliberalismo e bolsonarismo (o subhumanismo em nossa latitude no poder). O exposto até aqui visa exatamente a isso.

 

Na busca pelas raízes profundas do subhumanismo, indivíduo algum demorará para constatar a conexão que este mantém com o passado ditatorial brasileiro (e latino-americano). Contudo, o caminho dessa busca em direção a uma conclusão sobre o que seria continuidade e descontinuidade entre os ditadores do passado e aqueles aspirantes do presente pode gerar uma série de confusões, caso nos atenhamos ao estabelecimento de uma relação fixa entre última ditatura e odesenvolvimento nacional versus o bolsonarismo e o neoliberalismo.

 

Algumas figuras do progressismo nacional titubeiam na apreciação valorativa ético/político/moral dos militares do passado como agentes do desenvolvimento autoritário nacional em oposição ao projeto, também militar, dos aspirantes a ditadores do futuro (próximo). Tal contraposição entre os dois conduz a um entendimento de que os primeiros tenham tido preocupações com o futuro da nação e, por isso, um projeto de país. Isso aparentemente poderia ser comprovado pelo conteúdo de desenvolvimento da indústria local motorizada pelo Estado brasileiro. Oposto a isso seria a idolatria que valoriza os aspectos do capital destrutivo e a desnacionalização da economia, de que, hoje, o bolsonarismo é o maior representante.

 

Que os genocidas do nosso passado não são os aspirantes a genocidas do presente é algo que não se pode negar. Contudo, a diferença não deve recair no relato descritivo sobre quem apoiou um projeto de país e sobre quem apoia um projeto de venda do país.

 

As tarefas dos militares brasileiros, no passado, foram as de aprofundar e construir, no plano nacional, estruturas adequadas à dominação de frações burguesas na torrente revolucionária que marcou as lutas do terceiro mundo nos anos 60 e 70 do último século. Para tanto, os ditadores governaram para que as empresas multinacionais e nacionais mantivessem seus níveis de rendimento em meio à onda radicalizante em direção à (nova) esquerda.

 

Se hoje os idólatras do mercado e do Estado neoliberais seguem as ideologias e os caminhos dos ditadores de outrora, deveríamos focar, então, na tarefa essencial que ambos receberam: realizar um projeto de desenvolvimentismo autoritário ‒ seja “nacional” ou “neoliberal” ‒ que permitisse às frações dominantes da burguesia local e internacional seguirem no controle do processo de reprodução social capitalista (de nossa sociedade)em meio às crises políticas e econômicas do passado e do presente.

 

Seguindo esta linha de raciocínio, é correto afirmar que o bolsonarismo aderiu às tarefas de reformulação do Estado a partir dos marcos neoliberais12, que parecem – como exposto acima – ser uma “condição ontológica inevitável” de nosso destino. Desse modo, o desprezo que o subhumanismo brasileiro tem pela democracia e pelo liberalismo moral-político em prol de um autoritarismo que representaria uma solução diante do caos – em que se encontrariam os indivíduos nesta nova ordem mundial neoliberal “insuperável”, como acreditam seus ideólogos – não se contrapõe ao projeto de desenvolvimentismo neoliberal13 que as frações empresarias dominantes almejam.

 

Para chegar ao poder, a nova extrema direita conservadora brasileira, subhumanista, se dispôs a realizar as tarefas neoliberais próprias da nova ordem de reprodução do capital. Ela aderiu a esta tarefa devido à própria razão de ser do movimento que atingiu o absoluto financeiro: uma relação de existência umbilical entre uma democracia-em-ruínas-autoritária e “aparatos” produtivos e financeiros.

 

VII Aporias no caminho político

 

De acordo com as coordenadas até aqui apresentadas, aquilo que entendemos por rebaixamento transversal14 conduz a uma política de criação imaginária – que não é o mesmo que “fantasias”, mas sim uma espécie de “imaginário-real-coletivo” – que funciona como operador político, transformando os indivíduos reconhecidos pelo Estado em subcidadãos e rebaixando-os a uma ontocondição de inferioridade.

 

Historicamente, isso nos conduz a reminiscências bem vivas de nossa “memória coletiva”, pois o argumento dos invasores portugueses e espanhóis, quando assassinaram e escravizaram povos indígenas e populações negras, baseava-se em algo parecido. Ora, indígenas e negros eram seres de uma ordem inferior, não-possuidores-de-alma, criaturas pagãs, sujas de espírito ‒ na concepção de mundo dos invasores.

 

A ideia por trás desta visão de mundo era a de que as pessoas ocupariam graus hierárquicos desiguais na ordem planetária. Daí que, por serem ideologicamente vistos como “inferiores”, poderiam ser escravizados, mortos, torturados e violados. Algo que estava em comum acordo coma chave de pensamento dos invasores.

 

Partindo do rebaixamento transversal, tem-se uma justificativa para uma forma de práxis política negativa que encontra na agressão e no extermínio do ser outro (“inferior”) sua razão de ser. A essa nova forma de fazer política demos o nome de exituspolitics15, que é uma política-para-o-fim, política-para-a-morte do outro, num duplo movimento que abarca corpo e imagem16, na qual o terrorismo de direita, o fanatismo e o fundamentalismo se articulam.

 

Se as dimensões corpóreas (física e de imagem) adquirem um significado nesta forma de fazer política, é justamente porque a valorização do campo cultural para o subhumanismo adquire uma posição de caráter relevante. A construção ou a moldagem do novo sentido de senso comum – almejado pelo bolsonarismo – passa, também, pelo campo das disputas de narrativas político-culturais. É aí, neste lugar, que o ciclo valorativo da memória atual mítica17 (necromemóriacomungação) é posto em marcha. Aquilo que não pode ser homogêneo ao pensamento subhumanista deve ser, também, desvalorizado e, se possível, destruído – veja o exemplo de como Bolsonaro e seus idólatras milicianos virtuais atacam tanto a memória dos mortos pela ditatura como as políticas de memória histórico-coletiva pós-regime ditatorial, com o claro objetivo de gerar um sentido negacionista de permissividade, “onde os que foram mortos morreram porque mereciam –por culpa própria”.

 

Vale lembrar que antes do direitismo subhumanista triunfar na terra do samba, os músicos e a banda da social-democracia tropical tocaram uma marchinha de carnaval suicida18. Juntos, o assistencialismo dependente e o neodesenvolvimentismo – esse passo cauteloso que ajudou a formar o de tipo autoritário neoliberal – marcaram o relógio político, primeiramente como “conciliação”, depois, como adesão à égide da política econômica neoliberal de mercado.

 

O fator retroescravista, que emergiu com toda força pós-golpe/impeachment, a partir de 2016, passou a ser a tônica da nova retórica de modernização libertária neoliberal, tanto dos setores oficiais do bolsonarismocomo do seu submundo criminoso19.

 

A dupla dimensão do conceito de retroescravismo (estético-discursiva e histórica) parece se articular, de alguma maneira, com o mecanismo de memória atual mítica que o bolsonarismo desenvolve em sua intervenção política. A defesa que se dá mediante um discurso de liberalização de formas de trabalho – que se assemelham mais àquelas anteriores à Consolidação das Leis do Trabalho, quando a situação dos direitos trabalhistas era marcada pela ausência de regularização estrita de direitos –, realiza-se, igualmente, num marco que visa reconstruir, no plano da memória coletiva (histórica), um consenso narrativo que apresenta (e inverte) uma desigual realidade como sendo “progresso”, “liberdade” e “avanço”. Isso pode ser visto por meio da análise e da observação do discurso bolsonarista, que intenta estabelecer que a relação empresariado-classe trabalhadora (capital-trabalho), outrora marcada, de modo generalizado, pela ausência de qualquer mediação jurídico-estatal-sindical, é a solução “modernizante” para o “atraso” em que o país se encontra.

 

É como se a defesa do regime ditatorial brasileiro estivesse articulada, no imaginário do subhumanismo bolsonarista, à defesa de um regime totalitário de domínio empresarial irrestrito, que deveria ser, assim como a ditadura, admirado e desejado.

 

- Antônio Camêlo é Doutorando em História pela Ruhr-Universität Bochum, Alemanha.

- Virgínio Gouveia é Doutorando em Filosofia pela Universidade Federal de São Paulo, Brasil.

1 Esse texto é a continuação do escrito “O bolsonarismo é um subhumanismo” (https://www.alainet.org/pt/articulo/201196).

2 Queremos aqui pontuar que este termo foi criado a partir da ideia de “Retro-Kolonialität”, desenvolvida pelo historiador e sociólogo alemão Olaf Kaltmeier no seu livro“Refeudalisierung und Rechtsruck ‒ Soziale Ungleichheit und politische Kultur in Lateinamerika”.

3O movimento, ora do relativo ao absoluto, ora do absoluto ao relativo, é assinalado aqui pelo nível de organização político-sindical da força de trabalho, isto é, relativo no sentido de quando não se exerce em condições de precarização absoluta, ou seja, quando existe um aparato jurídico-político-sindical que ocupa o lugar intermediário entre os polos da relação capital-trabalho. No caso do movimento absoluto, essa mediação do intermediário não existe, ficando a força de trabalho sem nenhuma condição de impor, ainda que mínima e organizadamente, a sua vontade.

4 Em que pese a processualidade cotidiana do trabalho, o fenômeno retroescravista carrega um segredo secular que é revelado quando nos debruçamos sobre a relação de continuidade nas descontinuidades dos regimes políticos que foram vigentes no nosso capitalismo tardio: a vinculação histórica entre escravidão e retroescravidão.

5 Neste sentido, o retro remete, pois, a uma “moda” de intensificação e generalização de formas de trabalho por parte das classes dominantes, que nossa memória associa com aquelas formas escravistas ou semelhantes à escravidão.

8Kaltmeier, Olaf. Refeudalisierung und Rechtsruck ‒ Soziale Ungleichheit und politische Kultur in Lateinamerika. Bielefeld, University Press‒ transkript (Prelo, 2020).

9 A chanceler alemã Angela Merkel foi uma das históricas representantes do “não há nenhuma alternativa”. Depois da crise ela usou tal frase em distintas ocasiões.

10 Desde o início da crise, inúmeros partidos e movimentos sociais de direita e extrema direita surgiram, propondo alternativas no interior da realidade neoliberal. Outros partidos já existentes mudaram seus nomes para vender sua já velha ideologia racista, homofóbica, xenofóbica e autoritári a.Ver “Demirović, Alex. Autoritärer Populismus als neoliberale Krisenbewältigungsstrategie”, in PROKLA. Verlag Westfälisches Dampfboot, Hef 190, 48. Jg. 2018, Nr. 1, 27-42.

11 Aqui nos referimos à Troika europeia.

12 Para uma aproximação a este tema, ver o interessante livro de David Harvey.

13 Existe um vasto debate, tanto no Brasil como na América Latina em geral, sobre desenvolvimentismo e neoliberalismo. Com o uso de desenvolvimentismo neoliberal queremos chamar a atenção para o fato de que aquilo que se costuma chamar de desenvolvimentismo (cepalista ou neo do século xxi) não é um antípoda, uma força antagônica ao neoliberalismo. Tanto um como o outro são – para além dos conflitos intrafracionários burgueses que possam existir – intervenções político-econômicas capitalistas que estão articuladas em nível regional e mundial. O que pensar da política de campeões nacionais para disputar o mercado neoliberal em nível global? Seria, de fato, um desenvolvimentismo de ruptura com a lógica do neoliberalismo mundializado?

14Conceito apresentado na primeira parte do presente ensaio.

15Conceito apresentado na primeira parte do presente ensaio.

16Curiosamente, o que destacamos ganha grau exemplar nas recentes revelações feitas pelo deputado federal Alexandre Frota (PSDB), ex-membro do partido (PSL), de Jair Bolsonaro. Tais revelações dão a dimensão de como a política-para-a-morte da imagem é feita de forma orquestrada, como parte de um novo fazer político (ver https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2019/11/02/entrevista-alexandre-frota-fake-news-governo-bolsonaro.htm)

17Conceito apresentado na primeira parte do presente ensaio.

18 Suicídio também pelo fato de deixar as forças lavajatistas agirem com “independência”.

19 Vale lembrar que o uso do e a defesa do retroescravismo não são patrimônio do bolsonarismo.

https://www.alainet.org/pt/articulo/203189
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