Por um feminismo em marcha para mudar o mundo e a vida das mulheres
26/08/2013
- Opinión
Os princípios que norteiam a Marcha Mundial das Mulheres: Liberdade, Igualdade, Solidariedade, Justiça e Paz
Foto: Elaine Campos
A realização do 9º Encontro Internacional da Marcha Mundial das Mulheres no Brasil tem uma grande relevância política para pensar o combate às opressões que ameaçam a vida das mulheres e dos homens.
E por ser o Brasil, o país que coordena o secretariado internacional do movimento desde o ano de 2006, o evento tem um caráter ainda mais especial para as brasileiras que assumiram o desafio de facilitar a construção de um feminismo internacional profundamente enraizado nas lutas locais.
Refletir sobre a contribuição da Marcha para reposicionar o feminismo em um campo político que tem como horizonte a superação do capitalismo patriarcal, racista e lesbofóbico e reconhecer os aprendizados de luta das mulheres em marcha são os objetivos destes Encontro.
Além de refletir sobre as trajetórias do feminismo neste continente, as conferências realizadas no Encontro estão aprofundando o debate sobre o avanço do capital sobre os territórios, trabalho e corpo das mulheres que utilizam a militância como ferramenta de controle.
As lutas são comuns. As representantes de Moçambique, por exemplo, denunciaram as políticas de controle de seus territórios, que destroem as condições de sobrevivência, produção e autonomia econômica das mulheres para beneficiar empresas como a Vale brasileira. As brasileiras estão no mesmo processo de resistência ao avanço da mineração, por exemplo, em Minas Gerais. Da mesma forma, desde as Filipinas e Bélgica, as militantes apresentaram como organizam a resistência a mercantilização do corpo, denunciando e combatendo a aumento da prostituição e tráfico de mulheres.
Nesta lutas, as mulheres enfrentam simultaneamente o capitalismo e o patriarcado, já que esta realidade gera lucros para o mercado mas, também, poder e controle dos homens sobre os corpos e sexualidade das mulheres. Como disse uma militante camponesa da Bahia, o que estamos questionando é esta lógica da vida que produz as mulheres para que sejam consumidas, fazendo com que seus corpos, trabalho e sexualidade estejam disponíveis e a serviço dos homens e do capital.
A articulação entre estas e outras questões, na análise e na prática politica, é uma das características deste feminismo que está em marcha para mudar o mundo e a vida das mulheres. Seguiremos em marcha…
https://www.alainet.org/pt/articulo/78785
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