Um mundo multipolar
25/03/2014
- Opinión
Entre as enormes transformações que o mundo sofreu nas ultimas décadas, uma das que teve maiores consequências foi a passagem de um mundo bipolar a um mundo unipolar, sob hegemonia imperial norte-americana. O fim da guerra fria trouxe não apenas a derrota, nas a desaparição do campo socialista, abrindo espaço para a hegemonia da única superpotência, os EUA.
Aquele que foi anunciado como o tempo da Pax Americana se mostrou como um tempo de guerras, em que os EUA se valem da inexistência de um outro campo que lhe ponha limites, para buscar resolver todos os conflitos pela sua militarização, com o apelo à sua superioridade no plano da violência. Foi assim no Afeganistão, no Iraque, na Líbia.
A luta por um mundo de paz, de resolução pacífica dos conflitos é, assim, uma luta pela quebra da hegemonia imperial norte-americana. É a luta por um mundo multipolar.
Quando a América do Sul cria um Conselho Sulamericano de Defesa está contribuindo para a resolução pacífica dos conflitos, como o fez no caso da relação da Colômbia com o Equador e com a Venezuela, assim como na tentativa separatista na Bolívia.
O papel das forças políticas no mundo atual se define pela posição que tem em relação à hegemonia imperial norte-americana. Os governos da Europa, por exemplo, são parte integrante do bloco de forças comandado pelos EUA, se comportam como seus aliados fiéis, papel similar ao do Japão e Israel, entre outros.
Frente a esse marco geral, tudo que, seja por alinhamento político e ideológico ou simplesmente na defesa dos seus interesses nacionais, se enfrenta à hegemonia estadunidense, desempenha um papel positivo, favorável a um mundo multipolar.
São os casos de governos como os da Rússia, China, Ira, Síria, entre outros.
Ameaçados pela política agressiva dos EUA, que busca impor seus interesses por meio de formas violentas, resistem, constituem alianças para isso, buscam enfraquecer a capacidade de ação norteamericana. Independentemente das razões que os movem e inclusive da natureza de seus regimes políticos, no plano internacional são aliados dos que lutam contra a dominação imperial norte-americana e para a construção de um mundo multipolar.
Até há pouco tempo os EUA tinham conseguido sempre crias as condições políticas, internas e internacionais, para transferir os conflitos ao plano militar e resolvê-los a seu favor. Mas a partir do conflito da Síria, a situação começou a mudar. O governo do Obama não conseguiu sequer o apoio da Gra Bretanha, tampouco o apoio dos militares norte-americanos, nem da opinião pública interna. Teve que aceitar os termos da negociação política do conflito, propostos pela Rússia, ao que se acoplaram as negociações com o novo governo do Irã. Os EUA tiveram que abandonar as ameaças de bombardeio da Síria, ao mesmo tempo que afrouxaram as medidas de bloqueio ao Irã. Atitudes que, de forma automática, isolaram Israel e Arábia Saudita, antes estreitos e incondicionais dos EUA.
Abriu-se assim um novo cenário internacional, em que a Rússia surge como ator importante. A crise da Ucrânia e a anexação da Crimeia à Russia já são parte desse novo cenário, em que se enfraquece a capacidade norte-americana de impor seus interesses pela força. Os EUA continuam sendo a única superpotência em escala mundial, mas já não encontram as facilidades que tinha desde que havia surgido como potência vencedora da Guerra Fria para se impor no mundo.
Aquele que foi anunciado como o tempo da Pax Americana se mostrou como um tempo de guerras, em que os EUA se valem da inexistência de um outro campo que lhe ponha limites, para buscar resolver todos os conflitos pela sua militarização, com o apelo à sua superioridade no plano da violência. Foi assim no Afeganistão, no Iraque, na Líbia.
A luta por um mundo de paz, de resolução pacífica dos conflitos é, assim, uma luta pela quebra da hegemonia imperial norte-americana. É a luta por um mundo multipolar.
Quando a América do Sul cria um Conselho Sulamericano de Defesa está contribuindo para a resolução pacífica dos conflitos, como o fez no caso da relação da Colômbia com o Equador e com a Venezuela, assim como na tentativa separatista na Bolívia.
O papel das forças políticas no mundo atual se define pela posição que tem em relação à hegemonia imperial norte-americana. Os governos da Europa, por exemplo, são parte integrante do bloco de forças comandado pelos EUA, se comportam como seus aliados fiéis, papel similar ao do Japão e Israel, entre outros.
Frente a esse marco geral, tudo que, seja por alinhamento político e ideológico ou simplesmente na defesa dos seus interesses nacionais, se enfrenta à hegemonia estadunidense, desempenha um papel positivo, favorável a um mundo multipolar.
São os casos de governos como os da Rússia, China, Ira, Síria, entre outros.
Ameaçados pela política agressiva dos EUA, que busca impor seus interesses por meio de formas violentas, resistem, constituem alianças para isso, buscam enfraquecer a capacidade de ação norteamericana. Independentemente das razões que os movem e inclusive da natureza de seus regimes políticos, no plano internacional são aliados dos que lutam contra a dominação imperial norte-americana e para a construção de um mundo multipolar.
Até há pouco tempo os EUA tinham conseguido sempre crias as condições políticas, internas e internacionais, para transferir os conflitos ao plano militar e resolvê-los a seu favor. Mas a partir do conflito da Síria, a situação começou a mudar. O governo do Obama não conseguiu sequer o apoio da Gra Bretanha, tampouco o apoio dos militares norte-americanos, nem da opinião pública interna. Teve que aceitar os termos da negociação política do conflito, propostos pela Rússia, ao que se acoplaram as negociações com o novo governo do Irã. Os EUA tiveram que abandonar as ameaças de bombardeio da Síria, ao mesmo tempo que afrouxaram as medidas de bloqueio ao Irã. Atitudes que, de forma automática, isolaram Israel e Arábia Saudita, antes estreitos e incondicionais dos EUA.
Abriu-se assim um novo cenário internacional, em que a Rússia surge como ator importante. A crise da Ucrânia e a anexação da Crimeia à Russia já são parte desse novo cenário, em que se enfraquece a capacidade norte-americana de impor seus interesses pela força. Os EUA continuam sendo a única superpotência em escala mundial, mas já não encontram as facilidades que tinha desde que havia surgido como potência vencedora da Guerra Fria para se impor no mundo.
25/03/2014
https://www.alainet.org/pt/articulo/84269
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