Movimentos de cinco países organizam dia Anti-Chevron
19/05/2014
- Opinión
Movimentos vítimas da petroleira Chevron prometem grandes manifestações em várias partes do mundo no próximo dia 21 de maio. O Dia Internacional Anti-Chevron exigirá que a petroleira mude suas práticas e reconheça suas responsabilidades por graves crimes ambientais cometidos ao longo de toda a sua história. Liderada por movimentos equatorianos, a manifestação também deve ocorrer em outros países impactados pelas ações da empresa como Argentina, Estados Unidos, Nigéria e Romênia.
"Este é um passo decisivo no esforço global para responsabilizar a Chevron por suas violações dos direitos humanos em todo o mundo", disse Paul Paz y Miño, diretor do grupo ambiental estadunidense Amazon Watch, uma das organizações que assina o documento de chamamento para as manifestações.
No Equador, a Chevron deixou sua marca quando operou na região amazônica do país com a autorização do governo militar, entre os anos de 1964 e 1992. Nesse período, despejou 17 milhões de galões de petróleo na região, formando piscinas de petróleo e de elementos tóxicos que foram responsáveis por inúmeras mortes e doenças das populações indígenas locais. O presidente Rafael Correa foi ao local em 2013 para pegar resíduos de petróleo dessas piscinas denunciando o que seria a “mão suja” da Chevron. A região contaminada tem mais de 3 mil quilômetros quadrados e ficou conhecida como a “Chernobyl da Amazônia ”.
A empresa chegou a ser condenada em 2011 a pagar US$ 9,5 bilhões pelos danos ambientais causados ao país, mas conseguiu uma decisão favorável da justiça estadunidense que acusou os advogados dos povos atingidos de fraude perante a corte.
"É cada vez mais claro que os problemas da Chevron em todo o mundo não são apenas o produto de uma série de falhas operacionais isolados. A empresa tem um grande problema cultural que começa com seu CEO, John Watson. Há evidências de que Watson incentiva um padrão de conduta fundamentalmente baseada na ganância por cada vez maiores lucros , mesmo que à custa de comunidades vulneráveis", denunciou Paz Y Miño.
Em declaração assinada por todas as comunidades afetadas foi traçada uma lista parcial de exigências contra a empresa que, entre outros, são: a responsabilização da Chevron pela poluição e destruição da natureza nas regiões atingidas; o respeito a autodeterminação dos povos e a não utilização de práticas operacionais de alto risco e o cumprimento das obrigações legais que lhe são impostas nos países em que atua.
Os abusos da petroleira pelo mundo
Não é de hoje, e tampouco é o Equador o primeiro país vítima de Chevron pelo mundo. Em 2011, um acidente provocado pela empresa estadunidense no Brasil ganhou as manchetes no país.
Um vazamento 3700 barris de petróleo em um poço da empresa no Campo de Frade (RJ), resultou numa multa de R$ 50 milhões. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo a empresa poderia ter evitado o acidente e não fez a devida análise de risco antes de perfurar o poço.
Em 2012, um incêndio atingiu a refinaria da empresa em Richmond nos Estados Unidos. Cerca de 15 mil pessoas procuraram ajuda médica por conta da liberação dos gases tóxicos. Um ano depois, a Chevron foi responsabilizada pelo acidente e condenada a pagar US$ 2 milhões em multas. Além disso, foi processada pelo conselho da cidade por conta de “anos de negligência, pouca supervisão e a indiferença nas questões de segurança e reparos”.
"Este é um passo decisivo no esforço global para responsabilizar a Chevron por suas violações dos direitos humanos em todo o mundo", disse Paul Paz y Miño, diretor do grupo ambiental estadunidense Amazon Watch, uma das organizações que assina o documento de chamamento para as manifestações.
No Equador, a Chevron deixou sua marca quando operou na região amazônica do país com a autorização do governo militar, entre os anos de 1964 e 1992. Nesse período, despejou 17 milhões de galões de petróleo na região, formando piscinas de petróleo e de elementos tóxicos que foram responsáveis por inúmeras mortes e doenças das populações indígenas locais. O presidente Rafael Correa foi ao local em 2013 para pegar resíduos de petróleo dessas piscinas denunciando o que seria a “mão suja” da Chevron. A região contaminada tem mais de 3 mil quilômetros quadrados e ficou conhecida como a “Chernobyl da Amazônia ”.
A empresa chegou a ser condenada em 2011 a pagar US$ 9,5 bilhões pelos danos ambientais causados ao país, mas conseguiu uma decisão favorável da justiça estadunidense que acusou os advogados dos povos atingidos de fraude perante a corte.
"É cada vez mais claro que os problemas da Chevron em todo o mundo não são apenas o produto de uma série de falhas operacionais isolados. A empresa tem um grande problema cultural que começa com seu CEO, John Watson. Há evidências de que Watson incentiva um padrão de conduta fundamentalmente baseada na ganância por cada vez maiores lucros , mesmo que à custa de comunidades vulneráveis", denunciou Paz Y Miño.
Em declaração assinada por todas as comunidades afetadas foi traçada uma lista parcial de exigências contra a empresa que, entre outros, são: a responsabilização da Chevron pela poluição e destruição da natureza nas regiões atingidas; o respeito a autodeterminação dos povos e a não utilização de práticas operacionais de alto risco e o cumprimento das obrigações legais que lhe são impostas nos países em que atua.
Os abusos da petroleira pelo mundo
Não é de hoje, e tampouco é o Equador o primeiro país vítima de Chevron pelo mundo. Em 2011, um acidente provocado pela empresa estadunidense no Brasil ganhou as manchetes no país.
Um vazamento 3700 barris de petróleo em um poço da empresa no Campo de Frade (RJ), resultou numa multa de R$ 50 milhões. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo a empresa poderia ter evitado o acidente e não fez a devida análise de risco antes de perfurar o poço.
Em 2012, um incêndio atingiu a refinaria da empresa em Richmond nos Estados Unidos. Cerca de 15 mil pessoas procuraram ajuda médica por conta da liberação dos gases tóxicos. Um ano depois, a Chevron foi responsabilizada pelo acidente e condenada a pagar US$ 2 milhões em multas. Além disso, foi processada pelo conselho da cidade por conta de “anos de negligência, pouca supervisão e a indiferença nas questões de segurança e reparos”.
19/05/2014
https://www.alainet.org/pt/articulo/85669?language=es
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