Acampamento Terra Livre completa um ano de resistência
- Opinión
Nesta quarta-feira (14), completa um ano que os trabalhadores da Via Campesina se uniram e ocuparam uma área de
Desde de que ocuparam a área, em 14 de março de 2006 os camponeses estão trabalhando com práticas agroecológicas para descontaminar a terra. As 60 famílias rebatizaram o local de acampamento "Terra Livre", e este ano já colheram a primeira safra de alimentos, produzidas dentro do modelo de cultivo agroecológicos, e em seguida plantaram cerca de
A agricultora, Maria da Silva, comemora o impacto dessa prática na sua vida e da sua família. "Quase tudo mudou. Quando a gente morava na cidade comprava os produtos no mercado e pagava caro. Gostávamos de comer feijão preto, mas não comia na cidade pelo preço, agora aqui a gente pode comer todos os dias", comemora. Outra mudança real: "Agora deixamos de comer produtos cheios de veneno".
José Fernando Piaia, técnico em agropecuária presente no acampamento Terra Livre, explica que a organização do trabalho divide-se entre o plantio na área coletiva e outro individual para a subsistência das famílias. As sementes que renderam a primeira safra são fornecidas por outros acampamentos, enquanto as famílias locais não têm a capacidade de armazená-las.
No território, que Piaia apelida de um dos corações do mundo, é necessário um trabalho no solo para desintoxicá-lo de experiências com transgênicos e agrotóxicos. "Já constatamos a chegada de animas como tucanos na região. Animais que certamente morreriam se tivessem que comer os vegetais plantados antes, com agrotóxicos", comenta.
Contexto
O ex-campo de experimentos da Syngenta foi ocupado pela Via Campesina para denunciar a produção de soja e milho transgênicos, dentro da zona de amortecimento do Parque Nacional do Iguaçú, á
Naturais Renováveis) multou a empresa em R$ 1 milhão, mas até agora a multa ainda não foi paga.
Em novembro do ano passado à área foi desapropriada pelo governador do Paraná, Roberto Requião, para a implantação de um Centro de Pesquisa e Estudo
No entanto, no dia 01 de fevereiro o Tribunal de Justiça do Paraná concedeu liminar a multinacional, suspendendo a desapropriação. Requião entrou com recurso para recorrer da decisão judicial, mas até o momento o processo ainda não foi julgado.
Em outubro do ano passado os camponeses saíram da área devido uma reintegração de posse concedida pela justiça paranaense a Syngenta, e montaram acampamento em frente o ex-campo de experimentos, nas margens da PR-163, mas no início de fevereiro as famílias voltaram para dentro da área.
- Ângela Vargas / Vía Campesina
Del mismo autor
- Acampamento Terra Livre completa um ano de resistência 13/03/2007
- CESA ameaçada de privatização 20/12/2006
- O tema Meio Ambiente é um dos pontos fortes de debate 07/12/2006
- Água é tema da Cumbre dos Povos 06/12/2006
Clasificado en
Clasificado en:
Soberanía Alimentaria
- Gerson Castellano, Pedro Carrano 30/03/2022
- Silvia Ribeiro 29/03/2022
- Germán Gorraiz López 28/03/2022
- Silvia Ribeiro 16/02/2022
- Clara Sánchez Guevara 15/02/2022
![America Latina en Movimiento - RSS abonnieren](https://www.alainet.org/misc/feed.png)