Maduro anuncia 'sacudida' no governo com mudança de ministros e nova 'cúpula do petróleo'
02/09/2014
- Opinión
Na área econômica, o presidente venezuelano anunciou a criação de uma “reserva estratégica” para fortalecer as reservas internacionais no Banco Central
Duas semanas após os ministros venezuelanos colocarem seus cargos à disposição, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, finalmente anunciou a reestruturação de seu governo. Diversas mudanças foram efetuadas no gabinete na noite desta terça-feira (02/09), como parte do denominado “sacudón” (sacudida) administrativo, esperado desde julho.
Uma das principais novidades foi a saída de Rafael Ramírez da presidência da PDVSA (Petróleos da Venezuela) e do Ministério de Petróleo e Mineração, cargos que ocupava há cerca de uma década. Ramírez foi nomeado chanceler do país -- em substituição de Elías Jaua -- e no recém criado cargo de vice-presidente político.
A estatal petroleira passará a ser comandada pelo engenheiro geofísico Eulogio del Pino, então vice-presidente de Exploração e Produção da empresa. O Ministério de Petróleo, por sua vez, estará sob a liderança do engenheiro químico Asdrúbal Chávez, primo do falecido presidente Hugo Chávez e vice-presidente de Refinação, Comércio e Fornecimento da petroleira desde 2007.
O então ministro de Relações Exteriores, Elías Jaua, foi designado vice-presidente de Desenvolvimento do Socialismo Territorial e novo ministro de Comunas e Movimentos Sociais. Reinaldo Iturriza, que liderava esta pasta, assume o ministério de Cultura. Já o ministro de Economia e Finanças, Marco Torres, passa a comandar também a vice-presidência econômica do país.
Em discurso no Palácio de Miraflores, transmitido em rede nacional de rádio e televisão, Maduro também anunciou trocas nas pastas de Comércio, Saúde, Agricultura e Terras, Alimentação e Transporte Aquático e Aéreo, criação de vice-presidências e fusões de ministérios.
Segundo o chefe de Estado, uma “nova etapa” da denominada “Revolução Bolivariana” estará baseada em cinco “revoluções”: econômica, de conhecimento, das “missões socialistas”, da política do Estado e do socialismo territorial. “Vamos continuar tendo revolução socialista e vamos continuar refundando os métodos de governo, as políticas”, afirmou.
Economia
Na área econômica, o presidente venezuelano anunciou a criação de uma “reserva estratégica” para fortalecer as reservas internacionais no Banco Central com fundos de financiamento como o Fundo Chinês e o Fonden (Fundo Nacional para o Desenvolvimento Nacional), em uma conta única.
Maduro ratificou que o sistema biométrico, com o qual os consumidores terão que registrar sua impressão digital para a compra de produtos, será implementado em uma tentativa de combater o contrabando. Por outro lado, disse que os preços controlados pelo governo e, cujo reajuste está defasado, continuarão sendo atualizados e anunciou a criação de uma Autoridade Nacional de trâmites com o objetivo de lutar contra a burocracia.
Sobre o aumento da gasolina, o presidente afirmou que a necessidade existe, mas que, apesar do debate nas ruas, será abordada em outro momento. “O que fizermos com o sistema de preços dos combustíveis internos será feito com critério humanista, socialista”, garantiu.
Anúncios de impacto esperados por empresários do país para solucionar problemas econômicos, no entanto, não foram feitos. “Não há anúncios que envolvam ações para atender as causas da crise. Então, por enquanto, a crise só pode piorar”, escreveu o analista político Luis Vicente León em seu Twitter durante o discurso.
Uma das principais novidades foi a saída de Rafael Ramírez da presidência da PDVSA (Petróleos da Venezuela) e do Ministério de Petróleo e Mineração, cargos que ocupava há cerca de uma década. Ramírez foi nomeado chanceler do país -- em substituição de Elías Jaua -- e no recém criado cargo de vice-presidente político.
A estatal petroleira passará a ser comandada pelo engenheiro geofísico Eulogio del Pino, então vice-presidente de Exploração e Produção da empresa. O Ministério de Petróleo, por sua vez, estará sob a liderança do engenheiro químico Asdrúbal Chávez, primo do falecido presidente Hugo Chávez e vice-presidente de Refinação, Comércio e Fornecimento da petroleira desde 2007.
O então ministro de Relações Exteriores, Elías Jaua, foi designado vice-presidente de Desenvolvimento do Socialismo Territorial e novo ministro de Comunas e Movimentos Sociais. Reinaldo Iturriza, que liderava esta pasta, assume o ministério de Cultura. Já o ministro de Economia e Finanças, Marco Torres, passa a comandar também a vice-presidência econômica do país.
Em discurso no Palácio de Miraflores, transmitido em rede nacional de rádio e televisão, Maduro também anunciou trocas nas pastas de Comércio, Saúde, Agricultura e Terras, Alimentação e Transporte Aquático e Aéreo, criação de vice-presidências e fusões de ministérios.
Segundo o chefe de Estado, uma “nova etapa” da denominada “Revolução Bolivariana” estará baseada em cinco “revoluções”: econômica, de conhecimento, das “missões socialistas”, da política do Estado e do socialismo territorial. “Vamos continuar tendo revolução socialista e vamos continuar refundando os métodos de governo, as políticas”, afirmou.
Economia
Na área econômica, o presidente venezuelano anunciou a criação de uma “reserva estratégica” para fortalecer as reservas internacionais no Banco Central com fundos de financiamento como o Fundo Chinês e o Fonden (Fundo Nacional para o Desenvolvimento Nacional), em uma conta única.
Maduro ratificou que o sistema biométrico, com o qual os consumidores terão que registrar sua impressão digital para a compra de produtos, será implementado em uma tentativa de combater o contrabando. Por outro lado, disse que os preços controlados pelo governo e, cujo reajuste está defasado, continuarão sendo atualizados e anunciou a criação de uma Autoridade Nacional de trâmites com o objetivo de lutar contra a burocracia.
Sobre o aumento da gasolina, o presidente afirmou que a necessidade existe, mas que, apesar do debate nas ruas, será abordada em outro momento. “O que fizermos com o sistema de preços dos combustíveis internos será feito com critério humanista, socialista”, garantiu.
Anúncios de impacto esperados por empresários do país para solucionar problemas econômicos, no entanto, não foram feitos. “Não há anúncios que envolvam ações para atender as causas da crise. Então, por enquanto, a crise só pode piorar”, escreveu o analista político Luis Vicente León em seu Twitter durante o discurso.
- Luciana Taddeo | Caracas
03/09/2014
https://www.alainet.org/es/node/102980
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