Amazônia: encantamento e preocupação
01/02/2007
- Opinión
Além de exuberantes beleza e biodiversidade, a Amazônia também tem desafios que se impõem, não apenas a nós, povo local, mas a todos os brasileiros. E a Igreja Católica (CNBB), através da Campanha da Fraternidade 2007, quer convidar toda a sociedade a conhecer melhor a Amazônia, a ver de perto o que há de fascinante neste chão, mas também tomar consciência dos problemas que a ameaçam. A Amazônia é o grande santuário da vida, é um local onde muito bem se manifesta a beleza da obra de Deus. É para cá que a igreja vos convida a peregrinar nesse tempo especial, durante a quaresma, com a campanha da fraternidade. Mas, vale para nós hoje o que Deus disse a Moisés na sarça ardente: “tire as sandálias dos pés, porque o lugar onde está pisando é um lugar sagrado” (Ex 3,5). Ao entrarmos no chão da Amazônia, devemos ter consciência (religiosamente falando) de que é um lugar onde Deus está e se manifesta, fazendo-nos um apelo a nossa convenção. Somos também convocados a tomar partido na defesa da vida e não mais permitir que a destruição humana e ambiental se prossiga na Amazônia e em todas as partes do planeta
Na visão da Igreja, os mais emergentes desafios da Amazônia são: a questão ambiental, as questões sociais e antropológicas e a evangelização. Para que esses três grandes desafios se tornem conhecidos e superados, a CNBB lançou a Campanha da Fraternidade 2007 com o tema: Fraternidade e Amazônia. O lema da campanha é “vida e missão neste chão” e seu principal objetivo é conhecer a realidade dos povos da Amazônia, compreender sua cultura e seus valores e ter consciência das agressões que sofrem por causa do atual modelo econômico e cultural que vivemos. A campanha nos chama à conversão, à solidariedade e a uma mudança no modo de vida para construirmos um, outro, projeto de desenvolvimento para o Brasil, que esteja baseado nos valores humanos e evangélicos. Somos convidados a seguir a prática de Jesus no cuidado com a vida humana, especialmente a dos mais pobres, e com toda a natureza.
A questão ambiental é o que por primeiro pensamos ao falar da Amazônia. Sabemos da sua riquíssima biodiversidade (água, plantas medicinais, etc.) e do quanto isso é importante para se preservar a vida na Terra. Mas a cada dia que passa maior é o saldo negativo da destruição provocada pelo egoísmo, pela ganância, o descuido e a imprudência na exploração das riquezas. Também são preocupantes as questões sociais e antropológicas. Os indígenas sofrem agressões culturais e muitas partes da região vão se esvaziando, causando um crescimento caótico nos centros urbanos. Grandes projetos agropecuários ocupam vastas áreas de terra e geram conflitos e exclusões. A Amazônia também sofre os impactos da globalização que causa migrações e desenraizamento social, cultural e religioso. Em São Gabriel da Cachoeira ocorrem os mesmos problemas sociais das regiões metropolitanas e industriais do centro-sul do país, como a falta de infra-estrutura e de serviços públicos, além do desemprego e a violência.
Para os cristãos católicos, o espírito fraterno e solidário com a Amazônia deve se concretizar de duas formas. Uma forma de viver a fraternidade com a Amazônia é assumir co-responsavelmente a defesa da vida, atuar na solução dos problemas sócio-ambientais, antropológicos e culturais da região. Outra forma, que deve andar junto com a primeira, é a solidariedade com a Igreja local, que não pode enfrentar sozinha os inúmeros e novos desafios colocados à sua ação evangelizadora. Vivem hoje na Amazônia centenas de milhares de pessoas oriundas de todas as partes do Brasil. Ao longo dos últimos anos foram surgindo novos povoamentos que precisam da presença da Igreja e as contribuições em recursos humanos e materiais que vinham de outros países, agora estão ficando cada vez mais escassas. Torna-se difícil para a Igreja local e ONGs atender adequadamente as comunidades. Surgem grupos e movimentos religiosos não-católicos que, no seu modo de evangelizar, agridem a cultura, a religiosidade e os valores dos povos da Amazônia. A Igreja da Amazônia quer evangelizar, quer ser neste na amazônia sinal e instrumento do amor de Deus para com a Humanidade. Mas para isso precisa da nossa colaboração, povos que habitamos este chão, pois, junto com as questões ambientais, sociais e antropológicas, temos de prestar nossa solidariedade a iniciativa da Igreja em prol deste mesmo preciso e sagrado chão da humanidade.
Bibliografia: Serviço de Justiça, Paz e Ecologia – SEJUPE –
Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro
Na visão da Igreja, os mais emergentes desafios da Amazônia são: a questão ambiental, as questões sociais e antropológicas e a evangelização. Para que esses três grandes desafios se tornem conhecidos e superados, a CNBB lançou a Campanha da Fraternidade 2007 com o tema: Fraternidade e Amazônia. O lema da campanha é “vida e missão neste chão” e seu principal objetivo é conhecer a realidade dos povos da Amazônia, compreender sua cultura e seus valores e ter consciência das agressões que sofrem por causa do atual modelo econômico e cultural que vivemos. A campanha nos chama à conversão, à solidariedade e a uma mudança no modo de vida para construirmos um, outro, projeto de desenvolvimento para o Brasil, que esteja baseado nos valores humanos e evangélicos. Somos convidados a seguir a prática de Jesus no cuidado com a vida humana, especialmente a dos mais pobres, e com toda a natureza.
A questão ambiental é o que por primeiro pensamos ao falar da Amazônia. Sabemos da sua riquíssima biodiversidade (água, plantas medicinais, etc.) e do quanto isso é importante para se preservar a vida na Terra. Mas a cada dia que passa maior é o saldo negativo da destruição provocada pelo egoísmo, pela ganância, o descuido e a imprudência na exploração das riquezas. Também são preocupantes as questões sociais e antropológicas. Os indígenas sofrem agressões culturais e muitas partes da região vão se esvaziando, causando um crescimento caótico nos centros urbanos. Grandes projetos agropecuários ocupam vastas áreas de terra e geram conflitos e exclusões. A Amazônia também sofre os impactos da globalização que causa migrações e desenraizamento social, cultural e religioso. Em São Gabriel da Cachoeira ocorrem os mesmos problemas sociais das regiões metropolitanas e industriais do centro-sul do país, como a falta de infra-estrutura e de serviços públicos, além do desemprego e a violência.
Para os cristãos católicos, o espírito fraterno e solidário com a Amazônia deve se concretizar de duas formas. Uma forma de viver a fraternidade com a Amazônia é assumir co-responsavelmente a defesa da vida, atuar na solução dos problemas sócio-ambientais, antropológicos e culturais da região. Outra forma, que deve andar junto com a primeira, é a solidariedade com a Igreja local, que não pode enfrentar sozinha os inúmeros e novos desafios colocados à sua ação evangelizadora. Vivem hoje na Amazônia centenas de milhares de pessoas oriundas de todas as partes do Brasil. Ao longo dos últimos anos foram surgindo novos povoamentos que precisam da presença da Igreja e as contribuições em recursos humanos e materiais que vinham de outros países, agora estão ficando cada vez mais escassas. Torna-se difícil para a Igreja local e ONGs atender adequadamente as comunidades. Surgem grupos e movimentos religiosos não-católicos que, no seu modo de evangelizar, agridem a cultura, a religiosidade e os valores dos povos da Amazônia. A Igreja da Amazônia quer evangelizar, quer ser neste na amazônia sinal e instrumento do amor de Deus para com a Humanidade. Mas para isso precisa da nossa colaboração, povos que habitamos este chão, pois, junto com as questões ambientais, sociais e antropológicas, temos de prestar nossa solidariedade a iniciativa da Igreja em prol deste mesmo preciso e sagrado chão da humanidade.
Bibliografia: Serviço de Justiça, Paz e Ecologia – SEJUPE –
Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro
https://www.alainet.org/es/node/119039