A quantas anda a crise?
14/01/2014
- Opinión
O ano de 2014 começou. Mil assuntos. Copa do Mundo, eleições, manifestações, repressão, remoções. E mais: aborto, casamento gay, maconha e muitos mais. Sim, mas a grande pergunta é como vai ficar a crise. Vai ser marola ou vai ser tsunami? O mundo todo fala de crise, mas, e para nós no Brasil, como vai ficar?
Vamos primeiro olhar o mundo e depois pensar no Brasil. Os jornais da Europa não cansam de falar de Grécia, Itália e Espanha e até de Portugal e Irlanda. Lá a situação é trágica. Desemprego que vai de 12 a 25% nos três primeiros países. Entre os jovens de até 25 anos chega aos 50%. Ou seja, metade dos jovens não tem emprego. E os bicos que encontram são de um dia ou dois por semana e sem direito algum. Em todos estes países europeus, que são vítimas da crise, os salários perderam de 10% a 20% do valor desde a explosão da tal crise em 2008. Em todos eles, a saúde pública foi destruída ou está sendo. Ou seja, para mais da metade da população não há assistência nenhuma. Em todos – Grécia, Itália e Espanha – a aposentadoria foi detonada. Seu valor abaixou e a idade de se aposentar aumentou. Em resumo, o que se chamou de estado de bem-estar social foi pro beleléu. Na verdade, nunca existiu. Era um estado com um certo bem-estar social. Ok, mas até isso foi comido pela crise.
Crise para uns e Farra para outros. Mas esta crise tem explicação. A crise é para os trabalhadores, para o povo. Para os banqueiros, empresários, enfim para os de cima, a crise é mais um estímulos para ganhar dinheiro. Claro, nas costas de alguém. E este alguém são os trabalhadores. Daí o desemprego, o arrocho salarial, a subida dos alugueis, a retirada de direitos, a falta de dinheiro para a saúde pública, para a educação, para os serviços básicos. Quem faz a festa são os bancos, as financeiras e o grande capital internacional, que vive dos juros que estes países em crises continuam a pagar.
Mas, isso é lá fora... o Brasil está salvo.
Há os que pensam que no Brasil é diferente. Mas, qual é o projeto do nosso país? Estamos livres do FMI, da dívida externa e do mesmo projeto neoliberal que está detonando os trabalhadores da Grécia, Itália e Espanha? Absolutamente não. É preciso construir um modelo alternativo ao do capital internacional. Mas isso não se faz de um dia para outro. Um novo projeto, que só pode ser um projeto socialista, precisa de décadas para ser construído pelos trabalhadores. É preciso debater este projeto, na imprensa dos trabalhadores, em assembleias populares, em movimentos vivos, movimentos de bairros, sindicatos, movimentos artísticos e culturais. Em tudo, enfim. E aí? Mãos à obra.
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