Posicionamento da CPT
Sobre a ação do MLST na Câmara Federal
07/06/2006
- Opinión
No final da tarde de ontem, 6 de junho, Juvenal Rocha e Madalena Santos, da coordenação nacional, se reuniram com Dom Tomás Balduino, conselheiro da CPT, para discutir sobre qual seria o posicionamento da Comissão Pastoral da Terra sobre os fatos ocorridos na Câmara dos Deputados, em Brasília, provocados pelo MLST. (Participaram da reunião também Isidoro Revers, agente da CPT, e Antônio Canuto, secretário nacional).
A CBN e outros meios de comunicação entraram em contato com a assessoria de comunicação da Secretaria Nacional querendo saber se a CPT se pronunciaria. Estamos encaminhando o posicionamento da CPT caso algum veículo de comunicação entre em contato com os regionais. Segue em anexo a clipagem das matérias que saíram nos jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo.
O que se conversou:
A CPT sempre esteve ao lado dos trabalhadores e eles têm direito a se manifestar. O ato, por mais radical que tenha sido, mostra a insatisfação dos trabalhadores diante de um Congresso que;
1-absolve os parlamentares envolvidos com o mensalão,
2-se envolve em muitos outros escândalos, como o dos “sanguessugas”,
3-engaveta projetos de interesse dos camponeses e camponesas, como a Proposta de Emenda Constitucional (PEC nº438/01) que expropria as áreas onde há a prática do trabalho escravo, e outros projetos de interesse da sociedade civil
4-rejeita o relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Terra (CPMI) e aprova um substitutivo que propõe classificar as ocupações de terras como crime hediondo e ato terrorista. O substitutivo ainda coloca os trabalhadores, vítimas da violência no campo, como responsáveis pela mesma.
5-o envolvimento dos parlamentares em escândalos que lesam profundamente o patrimônio público e o descaso com que o Congresso Nacional trata as questões sociais não são classificados como violência. O povo se sente afrontado ao ver parlamentares de partidos que sempre praticaram a corrupção e a defesa de interesses particulares se apresentarem hoje como defensores da ética e da moralidade públicas.
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