Debates entre acusação e defesa no caso Cañas recomeçam esta tarde
08/11/2006
- Opinión
Após sentença, juiz entregará aos jesuítas pertences de Vicente Cañas
Começa hoje a parte final do segundo julgamento relacionado ao assassinato do missionário espanhol naturalizado brasileiro Vicente Cañas Costa. Os debates entre o Ministério Público Federal, com apoio de diversos assistentes, e os advogados de defesa do réu José Vicente da Silva devem durar cinco horas.
Em seguida, os sete jurados se reunirão para definir a sentença, o que deve durar mais uma hora. Após a leitura da sentença, o juiz Jefferson Schneider, que conduz os trabalhos, entregará aos jesuítas objetos pessoais do missionário morto: as bordunas (porrete indígena) e seus óculos. O crânio do jesuíta assassinado também será entregue aos religiosos de sua congregação.
Nesta manhã foi interrogado o indígena Gelson Rikbatsa. Ele informou que, quando trabalhava como empreiteiro na Fazenda Londrina, soube que o réu fazia parte do grupo que assassinou o missionário Cañas.
A fazenda Londrina foi o local onde os indígenas Paulo Tompeba e Adalberto Pito ouviram, em duas situações diferentes em 1989, relatos do assassinato. O dono da fazenda Londrina, Pedro Chiquetti, foi acusado de ter sido um dos mandantes do assassinato de Vicente Cañas. Chiquetti já faleceu.
O julgamento começou na última segunda-feira (06/11) no auditório da Justiça Federal de Cuiabá, no estado de Mato Grosso, centro-oeste brasileiro. Na entrada do prédio estão expostos cartazes pedindo justiça, quadros com fotografias de Vicente Cañas, velas e objetos confeccionados por diversos povos indígenas.
No primeiro júri popular sobre o caso, ocorrido entre 24 de outubro e a madrugada do dia 29, os jurados decidiram por 5 votos a 2 que houve assassinato, mas inocentaram o réu Ronaldo Antônio Osmar, ex-delegado da cidade de Juína. O procurador Mario Lucio Avelar, do Ministério Público Federal em Cuiabá, responsável pela acusação neste caso, recorreu da sentença ao Tribunal Regional Federal, em Brasília.
Vicente Cañas foi assassinado em 1987 porque lutava pela demarcação da terra Enawenê-Nawê e trabalhava pela saúde deste povo. Na época do assassinato, a região começava a ser valorizada pela chegada da colonização e para a retirada de madeira.
Começa hoje a parte final do segundo julgamento relacionado ao assassinato do missionário espanhol naturalizado brasileiro Vicente Cañas Costa. Os debates entre o Ministério Público Federal, com apoio de diversos assistentes, e os advogados de defesa do réu José Vicente da Silva devem durar cinco horas.
Em seguida, os sete jurados se reunirão para definir a sentença, o que deve durar mais uma hora. Após a leitura da sentença, o juiz Jefferson Schneider, que conduz os trabalhos, entregará aos jesuítas objetos pessoais do missionário morto: as bordunas (porrete indígena) e seus óculos. O crânio do jesuíta assassinado também será entregue aos religiosos de sua congregação.
Nesta manhã foi interrogado o indígena Gelson Rikbatsa. Ele informou que, quando trabalhava como empreiteiro na Fazenda Londrina, soube que o réu fazia parte do grupo que assassinou o missionário Cañas.
A fazenda Londrina foi o local onde os indígenas Paulo Tompeba e Adalberto Pito ouviram, em duas situações diferentes em 1989, relatos do assassinato. O dono da fazenda Londrina, Pedro Chiquetti, foi acusado de ter sido um dos mandantes do assassinato de Vicente Cañas. Chiquetti já faleceu.
O julgamento começou na última segunda-feira (06/11) no auditório da Justiça Federal de Cuiabá, no estado de Mato Grosso, centro-oeste brasileiro. Na entrada do prédio estão expostos cartazes pedindo justiça, quadros com fotografias de Vicente Cañas, velas e objetos confeccionados por diversos povos indígenas.
No primeiro júri popular sobre o caso, ocorrido entre 24 de outubro e a madrugada do dia 29, os jurados decidiram por 5 votos a 2 que houve assassinato, mas inocentaram o réu Ronaldo Antônio Osmar, ex-delegado da cidade de Juína. O procurador Mario Lucio Avelar, do Ministério Público Federal em Cuiabá, responsável pela acusação neste caso, recorreu da sentença ao Tribunal Regional Federal, em Brasília.
Vicente Cañas foi assassinado em 1987 porque lutava pela demarcação da terra Enawenê-Nawê e trabalhava pela saúde deste povo. Na época do assassinato, a região começava a ser valorizada pela chegada da colonização e para a retirada de madeira.
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