1º de maio: O trabalho de novo!
30/04/2005
- Opinión
Desta vez, maio começa de domingo. Assim, o Primeiro de Maio recebe um reforço providencial para a sua celebração festiva.
Pode ser que o domingo salve a situação. Pois parece que o Primeiro de Maio já não entusiasma mais tanto. Quem ainda celebra o Dia do Trabalhador? Tempos atrás o trabalho tinha a força galvanizadora de aglutinar “os trabalhadores e trabalhadoras”, de constituir uma classe social bem definida, uma causa política bem determinada. Agora não. Os interesses se diversificaram. Os próprios trabalhadores acabam trombando entre si. O trabalho já não é mais bandeira que une. Dos diversos temas levantados pela Quarta Semana Social Brasileira o que mais intriga são as mudanças profundas verificadas no mundo do trabalho. Pois são as que mais repercutem na vida das pessoas.As grandes transformações mundiais tiveram uma incidência especial sobre o mundo do trabalho. É urgente compreender melhor o que está se passando. Podem ter mudado suas condições, mas o trabalho continua sendo a “chave” principal da questão social.
São muitas as mudanças acontecidas.
A nova realidade leva o trabalhador, com freqüência, a se sentir cooptado pelo capital. Desta maneira, ele se torna mais solidário com o patrão do que com seu companheiro de trabalho. A competitividade entre os trabalhadores mina a solidariedade entre eles. E torna mais vantajosa a negociação individual, possibilitando assim que o neo liberalismo reedite as condições de barbárie existentes no início da revolução industrial, em que a falácia da “livre negociação” justificava a exploração praticada contra os trabalhadores.
Por sua vez, a grande rotatividade no emprego tira do trabalhador a perspectiva de fazer do seu trabalho a garantia do seu futuro. O trabalho é sempre mais visto com uma empreitada, a ser concluída na base de cálculo imediato, nada importando para a consolidação de direitos estáveis.
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