Construir alternativas é o principal desafio da III Cúpula dos Povos
01/11/2005
- Opinión
“Estamos aqui não somente para resistir ou rechaçar as políticas
neoliberais. Nosso desafio E construir alternativas a elas”. Com essa
afirmação, Juan González, da Central de Trabalhadores Argentinos (CTA)
sintetizou, na tarde de hoje, o principal objetivo da III Cúpula dos
Povos, que acontece de 1 a 5 de novembro em Mar del Plata, na
Argentina.
Juán ressaltou que a construção de alternativas deve se dar nos quatro
eixos de luta defendidos pela Aliança Continental Internacional: contra
a militarização, contra os tratados de livre comércio e a favor da
autoderminação dos povos, contra a pobreza e a favor de uma outra
economia de inserção e crescimento das comunidades. O sindicalista
também salientou a importancia de repudiar a presença do presidente dos
Estados Unidos George W. Bush, que representa a intenção de dominar e
de tornar os povos americanos dependentes.
Adolfo Pérez Esquivel, Prêmio Nobel da Paz e um coordenadores da Cúpula
dos Povos, destacou o encontro como um espaço de construção do
pensamento de liberdade e de determinação própria da comunidade
americana, em contraposição ao pensamento único difundido pelos países
dominantes. Esquivel apontou como funções do encontro rechaçar o
desaparecimento dos camponeses e das pequenas indústrias nacionais, a
militarização e o ingresso de tropas norte-americanas no Paraguai.
“Nosso povo não precisa de mais exércitos, ainda mais dos Estados
Unidos. Ele precisa de recursos para a saúde, para combater a pobreza.
Precisamos de ações para a vida e não para a morte”, falou. O prêmio
Nobel ainda destacou a conquista mais recente dos povos americanos, que
foi a erradicação do analfabetismo na Venezuela.
Durante a conferência, duas presenças se destacaram: Blanca Chancoso,
representante da Confederação da Nacionalidade Indígena do Equador
(CONAIE), e Camille Chalmers, do Haiti. Blanca disse que os povos
indígenas vieram ao encontro para lutar pelo fim do terrorismo norte-
americano de Bush, que “invade e mata os povos americanos”. Já Camille
falou da dívida externa dos povos americanos, salientando que são um
meio dos países mais ricos controlarem os mais pobres. Ele também
comentou sobre a situação haitiana, afirmando que estava na Cúpula para
denunciar a presença das tropas estrangeiras no território e a atual
conjuntura de miséria do país. “A pobreza que estamos vivendo hoje é
produto dos 500 anos de saque e de colonização e das políticas
governamentais de liberação dos nossos recursos”, argumentou.
Raquel Casiraghi Minga Informativa/ MST
https://www.alainet.org/pt/articulo/113401
Del mismo autor
- A tragédia anunciada em Santa Catarina 03/12/2008
- O mito da degola da Praça da Matriz 12/08/2008
- Polícia impede manifestação contra Yeda e deixa 12 feridos 11/06/2008
- Deputados denunciam sofrer ameaças de ruralistas 08/05/2008
- Marcha do MST debate milho transgênico em SC 15/04/2008
- No RS, sem-terra prosseguem marcha por fazenda Coqueiros 16/10/2007
- Árvore transgênica, a bola da vez 17/04/2006
- Indígenas, terra e território 09/03/2006
- Via Campesina International discusses Agrarian Reform and Globalization of the struggle 06/03/2006
- Transgénicos: Agora, chega o milho contrabandeado 22/11/2005
Clasificado en
Clasificado en:
Libre Comercio
- José Ramón Cabañas Rodríguez 01/04/2022
- Jorge Murga Armas 31/03/2022
- Jorge Murga Armas 30/03/2022
- Lori Wallach 22/03/2022
- Néstor Araujo 22/03/2022