Governos e povos em integração

05/09/2011
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Sindicalistas defendem governos de esquerda, mas afirmam que só eleição não é suficiente
 
Manágua (Nicarágua).- Em sintonia com governos progressistas desde sua primeira edição, o IV Encontro Sindical Nuestra America (Esna) também ratificou, em sua declaração final, o compromisso em consolidar “processos de transformações econômicas e sociais, de caráter nacional e integrados, sem a ingerência imperialista, como a Alba, Unasul e Celac”.
 
Para João Batista, vice-presidente da Federação Sindical Mundial (FSM) e dirigente da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), a Alba sempre foi o processo de referência de integração dos países, graças a eleições de governos de esquerda, progressistas ou revolucionários. “Porém, só a Alba não dá”, ponderou, “também temos que trabalhar com a Unasul e com a Celac, que vai reunir todos os países da continente menos Estados Unidos e Canadá, fazendo frente à política imperialista”, concluiu.
 
Na análise do dirigente, a classe trabalhadora está em um momento de acumulação de força e não de ofensiva. “Haja vista as eleições na Europa, a tendência é de um crescimento das forças conservadoras com a crise, neofascistas e xenófobas”, afirmou. “Através da união dos trabalhadores e movimentos sociais, temos que garantir no mínimo a eleição de governos progressistas em nossos países. Sem eles não existem os processos de integração”, concluiu.
 
Juan Castillo, coordenador geral do Esna, no entanto, chama a atenção para o fato de que só as eleições de governos de esquerda não são suficientes para uma profunda transformação na América Latina. Segundo ele, a forma de distribuição de riqueza injusta existente faz com que, no melhor momento econômico da América, os 10% mais ricos se apropriem de mais de 50% da riqueza que geram os trabalhadores. Enquanto os extratos mais pobres sobrevivem com menos de 5%. “O que fez a esquerda foi conseguir o governo, mas não o poder. O poder se constrói, e nós somos os aliados fundamentais pra consegui-lo. Os governos têm que nos entender como aliados sem os quais não vão poder fazer transformações profundas”, afirmou Castillo.
 
Ortega
 
O documento final do encontro também respaldou a candidatura de Daniel Ortega para a presidência da Nicarágua, no processo eleitoral que se dará em novembro deste ano. Em clima de campanha, Ortega compareceu ao encerramento do encontro e, em meio a críticas à política imperialista dos EUA e ao recente ataque à Líbia, afirmou que “a única solução para a crise do capitalismo é o socialismo”.
 
 
https://www.alainet.org/pt/articulo/152344
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