O êxodo do Mediterrâneo

29/05/2015
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Mais de 4.000 imigrantes são resgatados no Canal da Sicília

 

“Mais de 4.000 imigrantes foram resgatados nas últimas 24 horas no canal da Sicília, que separa o norte da África do sul da Itália. Entre eles, havia 17 mortos, informou neste sábado (30 de maio) a Guarda Costeira italiana.

 

Nesta sexta-feira (29 de maio), a Guarda Costeira comunicou que 3.330 pessoas já tinham sido resgatadas. Durante a noite de ontem, no entanto, ocorreram novas operações de resgate nas quais foram localizadas nove embarcações e 13 lanchas pneumáticas” (texto extraído do site da UOL).

 

Ainda conforme a mesma Guarda Costeira e fontes do Governo, cerca de outras 3.000 mil pessoas estão a caminho em direção ao sul da Itália, provenientes do norte da Itália, onde deverão desembarcar a partir deste domingo, 31 de maio.

 

Enquanto isso, depois de uma série de encontros e desencontros, a União Europeia (UE) apresenta quotas de imigrantes para alguns países, como Alemanha, França, Espanha. Outros, como a Inglaterra e a Dinamarca, por exemplo, simplesmente se recusaram recebê-los. Ao todo, 24 mil imigrantes devem deixar o território italiano, e 16 mil o território grego, para serem acolhidos por outros países. Após longos e tediosos debates, “a montanha pariu um rato”.

 

De acordo com o presidente do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes (Vaticano), Cardeal Antônio Maria Veggiò, mais do que uma verdadeira e séria “política de imigração”, a UE limita-se a dar “uma resposta imediata a um problema de momento”, sem um olhar mais abrangente e de caráter estrutural.

 

Em síntese, nada de um projeto de longo prazo que procure envolver toda a Comunidade Europeia no drama diário daqueles que, às centenas e milhares, buscam socorro no velho continente. Prossegue o êxodo ou diáspora: expulsos, de um lado, pela pobreza, a miséria e a fome; e de outro, pelos conflitos e guerras que assolam vários países da África e do Meio Oriente, os imigrantes batem à porta. A resposta, porém, é magra e pífia, para não dizer nula.

 

Trata-se não apenas de uma “crise humanitária”, como querem e pregam alguns, deslocando o problema para os países de destino, mas de uma “crise sistêmica e estrutural”, onde os deslocamentos de massa representam o termômetro de uma falência: terremoto da economia globalizada que, agravando as assimetrias e desequilíbrios socioeconômicos, provoca o tsunâmi das migrações.

 

 Roma, sábado, 30 de maio de 2015

 

https://espacoacademico.wordpress.com/2015/06/03/o-exodo-do-mediterraneo/

 

https://www.alainet.org/pt/articulo/170155

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