Vítimas de golpe contra Chávez rechaçam anistia em reunião de diálogo na Venezuela
24/04/2014
- Opinión
A terceira reunião de diálogo entre o governo venezuelano e a coalizão opositora MUD (Mesa de Unidade Democrática) terminou em uma dura negativa da Associação de Vítimas de 11 de abril, data do golpe de Estado contra Hugo Chávez, em 2002, à lei de anistia a políticos e manifestantes presos na Venezuela.
Após as declarações de Ramón Guillermo Aveledo, secretário executivo da MUD, que anunciou nomes dos participantes opositores para reuniões de trabalho com o governo, o vice-presidente Jorge Arreaza passou a palavra para a Associação de Vítimas de 11 de abril de 2002. Na ocasião, uma marcha chavista e uma opositora se cruzaram, e disparos deixaram 19 mortos e mais de cem feridos. O banho de sangue foi seguido por um golpe de Estado contra o falecido presidente Hugo Chávez. Anos depois, o então chefe de polícia, Iván Simonovis, foi condenado a 30 anos pelas mortes de manifestantes.
Uma das principais demandas da oposição para o diálogo que visa acabar com os protestos atuais, que já deixaram 41 mortos em dois meses e meio, é a liberdade do comissário, assim como dos detidos e processados nos anos chavistas, que consideram como “presos políticos”. Entre os beneficiados também estariam o ex-prefeito de Chacao Leopoldo López e os prefeitos de San Cristóbal, Daniel Ceballos, e San Diego, Enzo Scarano.
“Para nós parece ofensivo, grosseiro e oportunista, a solicitação de uma lei de anistia. Não pode ter anistia quando este julgamento somente começa. (...) Não acreditamos em nenhuma lei de anistia, não estamos de acordo”, afirmou Edgar Márquez, em representação da associação.
Na reunião realizada a portas fechadas e com a presença dos chanceleres do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo, e da Colômbia, María Ángela Holguín, além do núncio apostólico do Vaticano, Aldo Giordano, que acompanham o processo de diálogo, a associação de vítimas expôs sua perspectiva acerca das demandas opositoras pela anistia. “É a primeira vez que a oposição começa a reconhecer que existimos”, disse Márquez.
Após as declarações de Ramón Guillermo Aveledo, secretário executivo da MUD, que anunciou nomes dos participantes opositores para reuniões de trabalho com o governo, o vice-presidente Jorge Arreaza passou a palavra para a Associação de Vítimas de 11 de abril de 2002. Na ocasião, uma marcha chavista e uma opositora se cruzaram, e disparos deixaram 19 mortos e mais de cem feridos. O banho de sangue foi seguido por um golpe de Estado contra o falecido presidente Hugo Chávez. Anos depois, o então chefe de polícia, Iván Simonovis, foi condenado a 30 anos pelas mortes de manifestantes.
Uma das principais demandas da oposição para o diálogo que visa acabar com os protestos atuais, que já deixaram 41 mortos em dois meses e meio, é a liberdade do comissário, assim como dos detidos e processados nos anos chavistas, que consideram como “presos políticos”. Entre os beneficiados também estariam o ex-prefeito de Chacao Leopoldo López e os prefeitos de San Cristóbal, Daniel Ceballos, e San Diego, Enzo Scarano.
“Para nós parece ofensivo, grosseiro e oportunista, a solicitação de uma lei de anistia. Não pode ter anistia quando este julgamento somente começa. (...) Não acreditamos em nenhuma lei de anistia, não estamos de acordo”, afirmou Edgar Márquez, em representação da associação.
Na reunião realizada a portas fechadas e com a presença dos chanceleres do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo, e da Colômbia, María Ángela Holguín, além do núncio apostólico do Vaticano, Aldo Giordano, que acompanham o processo de diálogo, a associação de vítimas expôs sua perspectiva acerca das demandas opositoras pela anistia. “É a primeira vez que a oposição começa a reconhecer que existimos”, disse Márquez.
Na semana passada, o diálogo levou à decisão de designar uma junta médica para avaliar as condições de saúde de Simonovis. Segundo a oposição, esta estaria debilitada e seria necessária uma medida humanitária. A associação de vítimas, no entanto, manifestou não estar de acordo com a libertação do comissário, alegando que este já foi examinado por um médico forense no ano passado.
“Por que Simonovis não diz tudo o que sabe? (...) Ele era parte desta conspiração”, disse, expressando que “o golpe de 11 de abril de 2002 não se deteve”.
O porta-voz disse ainda que os meios de comunicação “têm uma grande responsabilidade” no que aconteceu e acontece no país, ressaltando que grandes jornais venezuelanos nunca receberam a associação. “Não queremos vingança, queremos justiça”, disse.
A declaração de Márquez sucedeu a de Aveledo, que além de mencionar a necessidade das comissões de trabalho para produzir resultados do diálogo e “avançar mais rapidamente”, agradeceu uma intervenção da chanceler colombiana, na qual esta mencionou os anos de guerra civil em seu país e as tentativas de negociação que geravam esperanças mas que não levavam ao resultado esperado com as guerrilhas.
“Tenho que agradecer que a chanceler tenha trazido este ponto à mesa para fazer que todos pensemos que podemos ter a inteligência e a sensibilidade humanas para evitar um caminho tão doloroso. Para isso, todo esforço vale à pena”, disse. “O caminho do diálogo é difícil, mas é indispensável, insubstituível e temos a obrigação de seguir adiante. Se algo sai fortalecido desta reunião é a convicção de que os venezuelanos temos a obrigação de conviver”, expressou.
“Por que Simonovis não diz tudo o que sabe? (...) Ele era parte desta conspiração”, disse, expressando que “o golpe de 11 de abril de 2002 não se deteve”.
O porta-voz disse ainda que os meios de comunicação “têm uma grande responsabilidade” no que aconteceu e acontece no país, ressaltando que grandes jornais venezuelanos nunca receberam a associação. “Não queremos vingança, queremos justiça”, disse.
A declaração de Márquez sucedeu a de Aveledo, que além de mencionar a necessidade das comissões de trabalho para produzir resultados do diálogo e “avançar mais rapidamente”, agradeceu uma intervenção da chanceler colombiana, na qual esta mencionou os anos de guerra civil em seu país e as tentativas de negociação que geravam esperanças mas que não levavam ao resultado esperado com as guerrilhas.
“Tenho que agradecer que a chanceler tenha trazido este ponto à mesa para fazer que todos pensemos que podemos ter a inteligência e a sensibilidade humanas para evitar um caminho tão doloroso. Para isso, todo esforço vale à pena”, disse. “O caminho do diálogo é difícil, mas é indispensável, insubstituível e temos a obrigação de seguir adiante. Se algo sai fortalecido desta reunião é a convicção de que os venezuelanos temos a obrigação de conviver”, expressou.
- Luciana Taddeo | Caracas
24/04/2014
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