Governo da Venezuela desmonta acampamentos e prende 243 pessoas
07/05/2014
- Opinión
Quatro acampamentos de manifestantes, um deles armado desde março, foram desmantelados na madrugada desta quinta-feira (08/05), em Caracas. Além disso, 243 pessoas foram detidas, segundo o ministro do Interior, Miguel Rodríguez Torres, que informou terem participado da ação membros da GNB (Guarda Nacional Bolivariana), da PNB (Polícia Nacional Bolivariana) e da Guarda do Povo.
Desde o final de fevereiro, a Venezuela vem enfrentando uma onda de manifestações opositoras. Logo após a eclosão dos protestos, diversos episódios de violência foram registrados no país, com manifestantes usando barricadas em ruas e avenidas das principais cidades. Quarenta e uma pessoas foram mortas em casos relacionados ao atual momento de instabilidade.
Rodríguez Torres disse que havia evidências de que dos acampamentos estavam saindo os “grupos mais violentos para cometer atos terroristas, incendiar as cabines do metrô, incendiar veículos da polícia, enfrentar as forças de segurança com coquetéis molotov e armas”. De acordo com ele, drogas, armas, explosivos, morteiros e até granadas de gás lacrimogêneo foram confiscados. Os detidos foram transladados a uma unidade policial e passarão por entrevistas para identificação dos que devem ser apresentados à justiça.
O prefeito de Chacao – município onde ficavam as barracas –, Ramón Muchacho, afirmou que a operação não foi notificada pelo governo venezuelano.
Ainda segundo o ministro, os acampados “saíam para cometer atos violentos e depois se camuflavam nesses acampamentos dizendo que era um protesto pacífico”, ressaltando que objetos confiscados eram utilizados para confronto com as forças de segurança. Durante a manhã, o ministro expôs os objetos confiscados, entre os quais também havia dinheiro, máscaras e objetos cortantes.
No maior dos acampamentos, montado desde março na Avenida Francisco de Miranda, diante da sede do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), os manifestantes mantinham uma exposição com objetivos utilizados pelas forças de segurança para reprimir os protestos, como carcaças de bombas de gás lacrimogêneo, e restos de balas de plástico.
Cozinha e farmácia foram algumas das estruturas montadas para que pudessem permanecer no acampamento, que bloqueava um dos sentidos da avenida. Cartazes em barracas próximas à calçada pediam colaborações para os manifestantes, como alimentos e bebidas. Parte dos estudantes opositores chegou a realizar uma greve de fome para que uma comissão da ONU fosse ao país para constatar denúncia de violações aos direitos humanos.
O grupo foi visitado a meados de abril pelo núncio apostólico do Vaticano, Aldo Giordano, que ao lado de três chanceleres da Unasul (União de Nações Sul-americanas, foi testemunha do diálogo mantido entre o governo e a coalizão da maioria dos partidos opositores do país, a MUD (Mesa de Unidade Democrática). O diálogo tentar colocar fim à violência derivada dos protestos.
Na última segunda-feira (05/05), a fiscal do Ministério Público do país, Luisa Ortega Díaz, informou que o número de feridos chegava a 785 – 275 funcionários públicos e 510 civis.
De acordo com Díaz, até a última segunda-feira, 197 pessoas estavam detidas e mais de duas mil armas, objetos incendiários e explosivos haviam sido confiscados.
Paralelamente, 142 investigações foram abertas pelo Ministério Público por violações aos direitos humanos. Organizações locais, no entanto, denunciam que o Estado vem criminalizado sua atuação.
No maior dos acampamentos, montado desde março na Avenida Francisco de Miranda, diante da sede do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), os manifestantes mantinham uma exposição com objetivos utilizados pelas forças de segurança para reprimir os protestos, como carcaças de bombas de gás lacrimogêneo, e restos de balas de plástico.
Cozinha e farmácia foram algumas das estruturas montadas para que pudessem permanecer no acampamento, que bloqueava um dos sentidos da avenida. Cartazes em barracas próximas à calçada pediam colaborações para os manifestantes, como alimentos e bebidas. Parte dos estudantes opositores chegou a realizar uma greve de fome para que uma comissão da ONU fosse ao país para constatar denúncia de violações aos direitos humanos.
O grupo foi visitado a meados de abril pelo núncio apostólico do Vaticano, Aldo Giordano, que ao lado de três chanceleres da Unasul (União de Nações Sul-americanas, foi testemunha do diálogo mantido entre o governo e a coalizão da maioria dos partidos opositores do país, a MUD (Mesa de Unidade Democrática). O diálogo tentar colocar fim à violência derivada dos protestos.
Na última segunda-feira (05/05), a fiscal do Ministério Público do país, Luisa Ortega Díaz, informou que o número de feridos chegava a 785 – 275 funcionários públicos e 510 civis.
De acordo com Díaz, até a última segunda-feira, 197 pessoas estavam detidas e mais de duas mil armas, objetos incendiários e explosivos haviam sido confiscados.
Paralelamente, 142 investigações foram abertas pelo Ministério Público por violações aos direitos humanos. Organizações locais, no entanto, denunciam que o Estado vem criminalizado sua atuação.
- Luciana Taddeo | Caracas
08 de Maio de 2014
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