Lula, democracia e equidade social

Lula, sem abrir mão do seu compromisso social, conseguiu liderar um projeto de desenvolvimento, harmonizando liberdade e equidade social.

02/10/2015
  • Español
  • English
  • Français
  • Deutsch
  • Português
  • Opinión
-A +A

Em 2002, a direita política e seus aliados fizeram de tudo para impedir a vitória do PT e de seu candidato a Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, espalhando a ideologia do medo na sociedade e o terrorismo midiático.

 

Lula, sem abrir mão do seu compromisso social, conseguiu liderar um novo projeto de desenvolvimento, harmonizando liberdade e equidade social. O que diziam não ser possível virou realidade: retomamos o crescimento econômico e implantamos o maior programa social da história brasileira, reduzindo a pobreza e as desigualdades sociais.

 

Agora, diante da crise econômica mundial, que foi subestimada no primeiro governo Dilma, conforme reconhece a própria presidente, a oposição conservadora, portadora de ansiedade antidemocrática, tenta encurtar o seu mandato conquistado na única pesquisa eleitoral válida – o voto democrático, secreto e universal do povo brasileiro nas urnas.

 

A Lava Jato, na qual Dilma não está denunciada nem investigada, e as chamadas “pedaladas fiscais”, habitualmente utilizadas para socorrer dificuldades financeiras enfrentadas por governos anteriores, constituem meros pretextos para insatisfeitos com a derrota nas urnas tentarem romper a legalidade democrática duramente conquistada.

 

O ajuste fiscal, por razões diferentes, vem sofrendo críticas da oposição e de setores do próprio PT, da CUT e dos movimentos sociais. Uns por hipocrisia e oportunismo; outros por entenderem que o ajuste é recessivo e atinge mais os trabalhadores. O fato concreto, é que o governo, em mar revolto, no meio da luta de classes, procura navegar entre o capital e o trabalho, entre a governabilidade política e o equilíbrio fiscal.

 

A oposição apocalíptica e golpista, amparada no berço aliado dos grandes meios privados de comunicação, tenta cotidianamente e de todos os modos destacar e agravar a crise para impedir qualquer movimento de recuperação econômica e política que possa beneficiar o governo, o PT e a possível volta de Lula como candidato a presidente.

 

A oposição sabe que, mesmo com todos os erros do PT e do governo, o PT ainda é o partido de maior simpatia junto à população e o Lula continua sendo o maior líder da história brasileira, que conseguiu mudar o paradigma de governo, governando para todos, principalmente para os mais pobres e que precisam mais das políticas públicas.

 

Nesse sentido, para enfrentar e superar a crise, as inserções políticas de Lula na TV procuram resgatar a confiança da população em si mesma para continuar as mudanças: “Um país que em apenas 12 anos saiu do mapa da fome da ONU e incluiu 40 milhões de brasileiros na classe média pode superar qualquer crise”, ressalta Lula.

 

Por isso, a oposição conservadora tenta desqualificar e desacreditar o governo Dilma e carimbar o ex-presidente Lula como líder neopopulista responsável pelo desequilíbrio fiscal e pela corrupção em empresas estatais. A mídia serve de escudo da oposição e não perde oportunidade para desvirtuar e mentir em relação às ações do ex-presidente na defesa do interesse público, da justiça social, dos pobres e do Brasil.

 

A crise vai passar e o ex-presidente vai defender o seu legado. Vai defender o respeito, a independência e a liderança do Brasil no cenário internacional. Mostrar que somos uma nação latino-americana que se tornou potência mundial, como diz não só Obama, mas todos os principais líderes mundiais de todos os continentes. Mostrar que o Brasil se empenha pelo desenvolvimento sustentável e pela paz e a harmonia entre os povos.

 

Na hora em que setores conservadores querem amputar as políticas sociais, cortando despesas e inviabilizando qualquer possibilidade de aumento da receita pública, é preciso voltar a mostrar aos brasileiros como que o Brasil saiu do mapa da fome, reduzindo a pobreza e as desigualdades pessoais, sociais e regionais.

 

Mostrar como se deu o aumento real do salário mínimo e a recuperação do poder aquisitivo do trabalhador, o aumento da riqueza e dos postos de trabalho, o aumento das exportações e da produção da agricultura familiar e camponesa. Mostrar como se deu o aumento da proteção social e da transferência de renda pelo Bolsa Família e se reduziu a miséria, a desassistência, a evasão escolar, a fome e a mortalidade infantil.

 

Mostrar como se conseguiu fortalecer a liberdade de expressão e os direitos de cidadania dos segmentos sociais, das mulheres, dos negros, da juventude, das crianças e adolescentes, dos idosos, das pessoas com deficiência, dos grupos LGBT e religiosos. Mostrar que o respeito à diversidade e ao pluralismo constitui política pública.

 

Mostrar que o Brasil, desde Lula e com Dilma, ao contrário do passado tucano, é um país independente e mundialmente respeitado e, sobretudo, que foi e continua sendo possível desenvolver o Brasil com democracia, liberdade e equidade social.

 

- Osvaldo Russo, estatístico, foi chefe de Gabinete e secretário de Inclusão Educacional do Ministério da Educação e secretário nacional de Assistência Social do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

 

Artigo publicado no Jornal Brasil Popular – 01/10/2015

www.orusso.blog.uol.com.br

https://www.alainet.org/pt/articulo/172762
Subscrever America Latina en Movimiento - RSS