Sistema eleitoral proporcional protege Suécia de extremismos

24/06/2014
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Para governar o país, um partido precisa de mais de 50% dos votos dos suecos; se o sistema fosse distrital uninominal sem segundo turno, como no Reino Unido e na Índia, minorias de 30% a 40% poderiam governar o país
 
24/06/2014 - No dia 14 de setembro deste ano de 2014, a Suécia vai realizar eleições gerais, em que serão renovados os 349 assentos de seu parlamento. Essa votação ocorre em meio ao crescimento eleitoral de partidos de extrema-direita no país. O maior deles, o Partido dos Democratas Suecos (SD) conseguiu 9,7% nas últimas eleições para o parlamento europeu, realizadas em maio deste ano. Apesar disso, como o sistema eleitoral do país é proporcional, é extremamente difícil que um partido no extremo do espectro político possa conquistar o poder no país.
Isso acontece porque no sistema proporcional, como na Suécia, para conseguir a maioria do parlamento, um partido precisa ter mais de 50% dos votos do país. Em um sistema distrital uninominal sem segundo turno, como no Canadá, no Reino Unido e na Índia, é muito frequente que os governos sejam formados por partidos que conseguiram a maioria do parlamento tendo entre 30% e 40% dos votos do país. Essa porcentagem mais baixa é mais fácil de ser conseguida por partidos extremistas do que uma porcentagem acima de 50%.
 
Assim, apesar de ter ocorrido um crescimento eleitoral da extrema-direita na Suécia, os outros partidos do espectro político sentem uma pressão relativamente baixa para aproximar seu programa ao dos partidos de extrema-direita. Para as eleições de 14 de setembro, o favorito para assumir o posto de primeiro-ministro no sistema parlamentarista sueco é Stefan Lövfen, líder do Partido Social-Democrata. Entretanto, é quase certo que os social-democratas não vão conseguir sozinhos a maioria do parlamento, não estando claro ainda que tipo de coalizão formarão no caso de assumirem a liderança do governo.
 
O parlamento sueco é unicameral, com 4 anos de mandato e lista aberta de votação, ou seja, o eleitor pode escolher o partido e, dentro do partido, qual candidato prefere, como em países como Brasil e Holanda. Estas eleições na Suécia ocorrem no contexto da formação de uma nova polarização na sociedade europeia. A polarização entre direita e esquerda que vinha ocorrendo desde a Segunda Guerra Mundial vem sendo sobrepujada por outra polarização, aquela entre a tendência à integração europeia em bases democráticas e a tendência à não-integração europeia em bases democráticas.
 
 
 
 
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